die poser die

15:27 Edit This 1 Comment »
Um vento frio acaricia o meu corpo. Os ruídos da noite embalam o meu sono. O baque surdo de um corpo morto. O grito agudo num templo profano.
Passos, murmúrios, lamentações. Olhares carregados de medo.
Pessoas que vivem com suas frustrações, que levam para o túmulo todos os seus segredos. E assim há de ser, por toda a vida: um eterno desprazer/descontentamento, a falta de alegria só castiga.
Não importa o que venha depois. Fantasmas do passado nos atormentam.
Um passado que se foi se faz presente. O adeus, uma vez dito, ecoa no futuro.
A morte encerra uma verdade, uma dúvida e uma confissão.
O túmulo guarda um corpo, protege uma alma, devora um coração.
O frio é intenso.
Sinto-me morrer, sem estar viva.
Sinto-me viver, sem ter nascido.
Amo. A quem? Sinto o amor brotar em meu seio e morrer em meus lábios.
Velas iluminam o meu sorriso. Imagens brancas passam diante dos meus olhos. Caveiras.
Não sinto o calor da roupa que me cobre, apenas o frio.
Gritos. Por que sussuram tão alto? Não respeitam a viuvez da solidão?
O adeus me persegue: quer me dizer, em meu leito, suas últimas palavras.
Me olham com pena. Estou no fim.
Frio. Já não sei o que é.Nem o que foi. O 'será' me assusta. O futuro.
Frio. Uma chama em algum lugar se acende. Calor. Luz. Vento.
O fogo, aos poucos, pelas frestas da janela, se esvai.
Frio. Passos. Choro. Sinto-me ir. Não quero. Uma mão toca a minha.
Calor. Esperança. Já não vejo quem está lá. Frio. Ninguém zela meu sono eterno.
Abro os olhos. O negro do teto sem luz me esmaga. As paredes se fecham sobre mim.
Sento-me na cama. Ninguém. Estou só. Lembranças me angustiam. O coração desabalado.
Mais uma vez. Um grito. Agudo. Insistente. "Adeus".

1 comentários:

sullivan disse...

o.o minim me arrepiei todinha. da onde saiu tamanha inspiração sonbria ? o.o