Vazio

14:12 Edit This 1 Comment »
Me perguntaram se sou infeliz. Respondo: não, não o sou. És feliz, então? Não, também não o sou. O que és, então? Apenas vivo.

Disseram-me que em meus textos revelo uma alma sombria.
Não má, apenas como que sem alegria. É assim que se sentes?
Respondo: sim e não.

Eu não sei escrever sem sentir, assim como não sei sentir sem escrever.
Mas o que eu sinto não necessariamente é o que eu sinto, da mesma maneira que o que é dito nem sempre é o que se queria dizer.

Apenas sinto. Quando o lápis toca o papel, e as palavras fluem velozmente, eu sinto o que escrevo. Viajo. Naquele momento, sou capaz de sentir cada letra, cada sentimento traduzido em palavras que desenho. Mas eu não me sinto assim.
Não o tempo todo, pelo menos.

Solidão, amor platônico e despedidas são acontecimentos recorrentes na vida de qualquer um e, portanto, auto-explicativos. Apenas ponho os fatos em palavras, de uma maneira mais poética, mais lírica: é como eu sei fazer. O mundo é poético. Mas então sentes isso? Vives realmente o escreves ? Respondo: quem sabe?

Então, se não és o que escreves, por que só falas disso?

Porque sinto um vazio em meu coração. Nada que amedronte, não que tenha uma vida ruim, apenas sou assim. Quase não sinto a plenitude de viver.
E quando sinto, sei que nunca mais se repetirá, pois aquilo que no momento me completou já não fará sentido. Mas quando escrevo, sinto o que eu digo. Naqueles minutos em que ponho as idéias no papel, estou viva de verdade.

Que fazer, então? Não há nada a se fazer. Apenas a se escrever.
Pois enquanto escrevo, há vida. Crio. Sou. Sinto.

Enquanto houver a palavra, viverei.

1 comentários:

sullivan disse...

gente me enrrolei toda no texto ^^ ehehehh mas q poetisa heim