Augusto dos Anjos

20:28 Edit This 4 Comments »
Também conhecido como o poeta que me salvou em literatura no meu 1º ano...

=>Bom, esse post seria enorme se eu fosse dizer tudo o que eu quero aqui, então eu vou dividí-lo em 2.


Quem estudou comigo sabe, e pra quem não sabe, eu digo: eu odiava Literatura. Agora eu suporto melhor, chego até a gostar, mas durante a 8ª série - ou 9º ano (aliás, ô besteira esse negócio de 1º, 2º ano, só marmota que esse povo inventa), mas durante a 8ª série, e um pedaço do 1º ano do E.M. , eu NÃO aguentava aquelas aulas chatéééérrimas sobre o classicismo, barroco, num-sei-o-quê e o diabo-a-quatro. Não mesmo.

Porém, em um belo dia de sol -ou chuva, sei lá-, eu descobri que mesmo o que era chato podia se tornar algo essencial. Nesse dia, o "professor babão" nos mostrou o único, incomparável, original, especial, apaixonante, the best poeta ever, Augusto dos Anjos!!
Antes disso, eu nunca tinha entendido como alguém poderia se apaixonar por um compositor/escritor/qualquer-um-que-seja-conhecido-pelo-que-escreve. Isso mudou completamente, pois o impossível aconteceu: eu me apaixonei literariamente pelo meu Gutinho.

Meu Gutinho, que só teve um livro de poemas publicado (Eu e outras poesias), é aquele tipo de poeta que pode fazer você meio que cortar os pulsos. Seus poemas são escatológicos, sombrios, pessimistas e verdadeiros. Ou seja, perfeitos.

Quando o "professor chorão" deu essa matéria, minhas notas decolaram. Meu desempenho em literatura não era essas maravilhas antes, tava na média, mas depois do meu Gutinho eu melhorei até conseguindo prestar mais atenção.
Foi uma coisa tão óbvia, que até o professor falou: "Se eu soubesse que era só falar desse homem pra ter essa atenção todinha, ora, eu já tinha falado há muito tempo..."
Meus queridos coleguinhas de sala, então, ficavam me zoando quando tinha algum poema dele: "Olhaí, teu amor, ó". Hehehe...

Enfim, estiquei demais a baladeira, tá bom. Fiquem com o meu Gutinho agora.

Psicologia de um vencido (Augusto dos Anjos):

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme -- este operário das ruínas --
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!




Dúvida existencial do dia: Preciso dizer que eu recomendo??

4 comentários:

Josei disse...

Eu já gostava de literatura. Talvez seja porque a professora de literatura era muito legal e ela fazia umas analogias entre obras clássicas da literatura e músicas atuais. Agora, minha paixão literária é Fernando Pessoa, por causa dos pseudônimos. Eu era louca para ter pseudônimos com personalidades distintas como ele...

Suzan disse...

É, realmente Fernado Pessoa era um g~enio, eu concordo.

sullivan disse...

Gente eu nunca gostei de literatura, eu até tentava mais nao dava, ahh eu tenho esse livro do augusto eu e outras poesias, e prar falar a verdade eu nunca entendi nada eheheh

Suzan disse...

Algumas poesias não devem ser entendidas, e sim, sentidas. =D